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Bolsonaristas querem rever título de 'persona non grata' dado ao presidente

José Mauro Batista

Fotos: Pedro Ladeira (Folhapres) e Reprodução Facebook
Para marcar visita de Bolsonaro, apoiadores querem reverter título que o considera "Persona non grata"

Bolsonaristas de Santa Maria tentarão reverter, na Câmara de Vereadores, um título indigesto dado ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). Em visita à cidade, em 1993, o então deputado federal do PP foi considerado "Persona non grata" (pessoa não grata) no Coração do Rio Grande. 

A motivação dos vereadores da época foi o fato de o parlamentar, em entrevista a este colunista, então repórter do hoje extinto jornal A Razão, ter defendido a implantação de um estado de exceção, com o fechamento do Congresso Nacional, entre outras medidas bem conhecidas de quem viveu durante o regime militar, a partir de 1964.

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Anos mais tarde, Bolsonaro foi alvo de uma Moção de Repúdio do Legislativo santa-mariense por ter defendido um agente público que admitiu, em entrevista nacional, ter torturado presos políticos. Em resposta à moção, o então deputado enviou uma carta bastante ofensiva aos vereadores da cidade, fatos estes também registrados na imprensa local.

A reação dos bolsonaristas para tentar reverter a situação deverá ter eco no Legislativo, onde, acredita-se, o presidente tenha mais apoiadores do que nos anos 90. Resta saber, no entanto, qual edil vai apresentar uma proposta "cassando" o título anterior e o repúdio. Pode ser que haja até disputa pela eventual paternidade de uma homenagem a Bolsonaro, já que o partido dele não tem representante na Casa.

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O fato é que o movimento já começou e deverá colocar mais combustível na fogueira acesa pela polarização entre apoiadores de Bolsonaro e aqueles que são contrários a ele.

Faixas dão prévia de protestos

Já há, também, sinais de que a passagem de Bolsonaro e seu vice, general Hamilton Mourão (PRTB), pela cidade, no próximo sábado, terá algum barulho. Bolsonaristas estão preparando um ato de recepção aos dois, que são aguardados na Festa Nacional da Artilharia, no Regimento Mallet. Adversários não ficarão quietos. Sábado, em uma iniciativa individual, o militante petista Tiago Aires, que já foi do PSol, da Rede Sustentabilidade e do PC do B, colocou duas faixas no Viaduto Evandro Behr, no centro da cidade, criticando presidente e vice pelos cortes na Educação. Em uma das faixas, foi escrito EDUÇÃO em vez de EDUCAÇÃO. Houve até uma tentativa de correção.

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Aliás, a semana promete ser movimentada na cidade, principalmente na véspera da visita de Bolsonaro e Mourão, já que partidos de esquerda e movimentos sociais estão convocando uma greve geral nacional para a sexta-feira. 

Dois momentos tensos em 2018
No ano passado, vereadores santa-marienses protagonizaram pelo menos dois momentos de tensão tendo como motivação a polarização política nacional. Em março, depois de muita polêmica, sessões interrompidas e segurança reforçada para evitar confrontos entre torcidas, a Câmara acabou rejeitando Moção de Repúdio à visita do ex-presidente Lula à cidade. Na votação, deu 10 a 10, com desempate, contrário ao documento de protesto, do presidente da Casa.

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Em outubro, moção do vereador João Kaus (MDB) respaldando projeto de lei que tramita em Brasília para implantar a Escola Sem Partido também gerou muita polêmica e confusão. A proposição de Kaus acabou aprovada, apesar dos protestos de entidades locais e de partidos de esquerda.

A divergência de ideias é salutar à democracia, porém, qualquer fagulha em um momento como o que estamos vivendo pode ser suficiente para causar um incêndio.

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